Olhares sobre os pigmentos
por EB23ES - Apoio Escolar - HDE em arte, Bruno Munari, cores, eTwinning, figuras geométricas, HDE, Nadir Afonso, pigmentos, pintura 18 mar 2015 3
![]() |
Um olhar em pausa |
A cada olhar sobre esta mesma tela descobre-se algo. E o pintor quer intervir. O trabalho parece para sempre inacabado apesar de a cada pincelada ele se concretizar perante o nosso olhar.
O nosso olhar, a luz e o cozinhar dos pigmentos traduzem-se nos diversos tons que as tintas ao impregnarem-se na tela deixam ficar. Fascinou-nos o processo que o nosso aluno intentou e concretizou sob os nossos olhares.
A ideia de fazer este quadro começou através de umas cartas trocadas entre o H.D.E. e uma
O artista inspirado no autor Nadir Afonso
escola na França. Mas antes desta obra já tinha feito uma de Bruno Munari (Telegrama Urgente), que também correu lindamente. Apesar de algumas falhas dou o meu melhor. Na altura estava a pensar em fazer uma obra do autor francês Paul Cézanne, mas como nas cartas trocadas eles mandaram trabalhos relacionados com a França resolvi fazer uma obra de um autor português - Nadir Afonso (Composição Geométrica). Escolhi esta obra porque visualmente parecia fácil de fazer e também pelas cores, porque são cores fortes, mas depois de trabalhar nela vi que não era nada fácil de fazer. Estou a gostar porque não sabia que tinha jeito para a coisa. E com umas professoras como a Clara e a Marta que me estão a incentivar, até já tenho outro trabalho à vista, só que desta vez vai ser um Miró. A.P.C.
![]() |
A fase de estudo e de preparação para "Composição Geométrica" |
![]() |
"Será a cor certa?" |
E agora uma breve explicação científica...
Muitas são as questões e muito há para saber sobre este tema. Por agora, deixamos uma breve explicação científica sobre algumas questões e prometemos voltar a esta temática no próximo período.
- A cor não é uma propriedade física dos objetos, ou seja, não tem existência material, trata-se de uma informação visual que resulta de três fatores: a luz, o orgão da visão e a descodificação do cérebro. Compreendemos este facto se pensarmos que o mesmo objeto iluminado com luz diferente apresenta cor diferente, assim como, o mesmo objeto observado por diferentes pessoas poderá ter cor diferente, (situação tão falada recentemente do famoso vestido visto por diferentes pessoas com diferentes cores).
- A cor só existe porque existe luz e os diferentes objetos que nos rodeiam absorvem radiação com determinada(s) cor(es) (correspondente a determinado comprimento de onda da luz visível) e refletem outra(s). Ora, a luz que refletem é exatamente a que chega aos nossos olhos (e, se correr tudo bem, ao nosso cérebro também...) e é essa cor que conseguimos ver.
- O que permite aos objetos absorverem e refletirem determinada radiação e, consequentemente, surgirem aos nossos olhos com diferentes cores são os pigmentos. Um pigmento é um material natural ou sintético (existente nas tintas, na pele, no cabelo, nas folhas das árvores, enfim em tudo...) que absorve, de forma seletiva, determinados comprimentos de onda da luz (ou seja determinada(s) cor(es)) e reflete outra(s) sendo esta(s) a(s) cor(es) que vamos conseguir ver.
- Quando falamos em cores primárias da luz, falamos nas três cores que são suficientes para obtermos a luz branca (apesar de sabermos que a luz visível é uma gama de várias cores) são elas: azul, vermelho e verde. Quando nos referimos às cores primárias das tintas falamos de: ciano, magenta e amarelo pois o pigmento de cada uma destas cores não é resultado da combinação de outros pigmentos (daí a designação de primárias).
Sintetizando, e de uma forma muito simples, se uma camisola é vista vermelha (vamos partir do princípio que todas as pessoas a estão a ver dessa cor) significa que estão a ser absorvidos todos os comprimentos de onda da luz branca (cores), com exceção do vermelho que é a cor que está a ser refletida.
Fica aqui a referência de um video muito interessante sobre as cores de Outono, para que se possa compreender mais um pouco sobre o tema das cores.
E foi muito bom para o artista e para nós recordarmos tempos passados em que iniciou a experiência pela busca da cor e do traço.
![]() |
"Telegrama Urgente", 2012 |